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Rio Acre atinge menos de 84 cm em Brasiléia, Epitaciolândia e Cobija e reacende alerta de seca histórica na fronteira

Nível do manancial está a apenas 24 cm do recorde negativo de 2024; Defesa Civil prepara rotas de abastecimento para zona rural enquanto situação urbana permanece controlada.O Rio Acre voltou a atingir níveis críticos nesta quinta-feira (28), registrando apenas 84 centímetros de profundidade em Brasiléia, colocando em alerta mais de 130 mil moradores da região de fronteira (Brasil e Bolívia). O manancial está a apenas 24 centímetros do recorde negativo de 60 cm registrado em setembro de 2023, a pior seca da história da região.

A situação é particularmente crítica na zona de fronteira, que abrange os municípios de Brasiléia, Epitaciolândia (Acre) e Cobija (Bolívia), onde o rio é fonte vital de abastecimento. Autoridades da Defesa Civil monitoram a situação diariamente e preparam planos de contingência para evitar desabastecimento, caso a seca se intensifique nos próximos meses.

Com previsão de mais quatro meses até o início do período chuvoso na Amazônia, as autoridades reforçam a necessidade de uso racional da água e alertam para possíveis restrições no abastecimento caso o nível do rio continue baixando.O coordenador da Defesa Civil de Brasiléia, major Emerson Sandro, confirmou que fontes de água na zona rural já secaram ou estão próximas do fim, exigindo rotas emergenciais de abastecimento. Na zona urbana, no entanto, a situação permanece controlada devido ao bombeamento direto do rio. A Agência Nacional de Águas (ANA) já classificou a seca como “moderada” na região, que enfrentará nos próximos quatro meses, quando dará início do período chuvoso.Em Rio Branco, o nível do rio também preocupa, oscilando entre 1,55m e 1,50m nesta semana. O estado mantém alerta para risco de desabastecimento caso a seca se intensifique nos próximos meses.

O objetivo e fortalecer as ações integradas para a gestão dos riscos ambientais no período de seca para os próximos 120 dias, o governo do Acre, por meio  do Gabinete de Crise Seca e Estiagem e do Grupo Operacional de Comando e Controle (Gocc), já realizou a 3ª Reunião Técnica de Enfrentamento ao Período de Seca de 2025, evento que aconteceu na primeira quinzena de junho.

O evento, foi aberto à sociedade civil, reuniu gestores de órgãos ambientais municipais, estaduais e federal, além de pesquisadores e especialistas, onde foi apresentado prognósticos relacionados aos possíveis impactos climáticos no Acre para os próximos meses. As informações são fundamentais para o planejamento das medidas destinadas a mitigar os impactos da seca e garantir maior eficiência na resposta aos eventos extremos.

A reunião técnica foi coordenada pelo Gabinete de Crise, em exercício conjunto com a Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil (CEPDC) e a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema).

O encontro contou com a participação do analista em Ciência e Tecnologia do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), Luiz dos Santos Neto. O especialista apresentou o Boletim Climático da Amazônia, com dados do trimestre de junho a agosto, fornecendo dados essenciais para o monitoramento e para o planejamento de ações preventivas até o final do verão acreano.O secretário do Meio Ambiente (Sema), Leonardo Carvalho, destacou no encontro a importância da integração e atuação dos órgãos ambientais e de controle para o planejamento de medidas de mitigação, prevenção e resposta aos possíveis impactos no estado.

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